quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Matutando...

"Mas a mulher é um ente humano! Tem direitos naturais, sofre
e não pode continuar a servir de tapete para os pés dos homens."

Ercília N. Cobra (Virgindade..., 1924, p.51)



A luta da mulher por seus direitos é antiga... bem antiga!
De uma época em que a mulher ainda era vista como ser inferior; servindo seu marido incondicionalmente; sendo a devotada mãe, a serva fiel de Deus. Daí pra frente, a mulher resolve organizar o pensamento, desnaturalizar o que era visto e vivido como natural, comum: o mundo é dominado por machos e as fêmeas lhes servem, em todos os sentidos.
Mais pra frente na história, um salto na linha do tempo... Junto com as brigas políticas pela democracia e os direitos de igualdade economica e social, a mulher novamente se arma de ideologias pra lutar por igualdade trabalhista, direito ao voto , e de fato as coisas mudam de figura! A mulher passa a "trabalhar fora"; cria certa independencia economica e ocupa cargos no mercado de trabalho que antes só cabiam aos homens ocupar!
Evidentemente as diferenças entre os sexos continuaram  a existir : sálarios mais baixos, preconceitos de toda ordem.
Historicamente, a mulher já lutou por emancipação, por igualdade. Temos diversos exemplos bem próximos de feministas , artistas, donas de casa, professoras que transformaram suas realidades e outras tantas em prol da transformação do que consideravam injusto.
Pessimismos a parte, me parece que hoje esqueceu-se tudo isso.
Ao som de funk , a mulherada se entrega sem lutar, assume novamente um papel de servidão, de mercadoria exposta pra ser usada e jogada fora!
Não nos aceitamos. Queremos silicone, queremos perder peso, precisamos ter roupas novas... Seguir padrões que na verdade não nos servem, não nos satisfazem.
Escondemos nossas rugas atrás do pó compacto. E não é nem por vaidade, por auto estima! Claro que é bom - e muito mesmo... - sentir-se bem, bonita... Mas o que de fato fazemos é uma linha de produção.
Estamos virando Barbies com a cara esticada e sempre sorrindo pra satisfazer os desejos de outros, as vontades espetaculares que nos cercam, a moda que nos impoe que usar calça de tamanho maior não pe sexy; ou pentear o cabelo de tal jeito não combina com seu rosto.
O povo está se unindo , sinto e vejo isso constantemente por ai. Muita gente descontente, abrindo os olhos pra ver que as coisas não são assim desde sempre, que tudo pode ser transformado, que nada está estagnado e impassível de mudanças. Os grupos , os pequenos clãs que se formam - sejam por motivos politicos, estéticos, emocionais - se grudam, se fortalecem. E me parece que estamos nós mulheres em constante competição!
Há contradições nisso tudo, obvio! Não se trata de separar a luta: homem x mulher. Trata-se de unificar , de fortalecer o que me parece estar disperso - como muitas outras coisas nessa sociedade - por conta de anestesia, de encantamento com este mundinho mágico que nos promete a vida eterna, beleza sempre, perfume, roupa e imagem.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Brincando

Brincando de militancia, falando em cena o que se quer dizer na vida. Ó, dilema! Ó que drama!
Se o suor não caisse na face, se no peito não reinassem angúsitas e incertezas... seria boa demais a brincadeira!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Engenhando

Pausa pra compartilhamento de impressão pós espetáculo soco no estômago...
Em pedaços por ser fragmentado; dramaturgicamente bloquinho de (des)montar.
E agora meus pedações estão todos por aí, vagando e divagando. E uns pedaços que ficaram da peça em mim tem corpo e voz e me fazem querer parar de pensar, pra poder pensar melhor nas coisas.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Visões urbanas

Corpos tortos na calçada.
O cheiro de mijo;
O gosto da droga.
Um sorriso e o olhar que divaga... encontra os meus.
Há luxo: comida de churrascaria, uma vez por semana, quase fria!
Há lixo...

O papelão molhado de suor, de água suja, de mijo, de cola, de porra, de cola, de lágrima, de esguicho.

Invisibilidade! Super poderes!
A polícia, a malícia, sem saída, opção, a feição urbana, quase feito os prédios dali! Corre! Tem pimenta, tem ódio , tem morte, tem preconceito, não tem seuquer motivo!

Uns peitos pra fora, uns peitos que sangram, uns peitos colados em outros peitos, uns peitos pretos com e sem pelos.

E esse bolo cinza como o chão da calçada tem vida!
E respira,
E vive,
E anda,
E come,
E transa,
E ama,
E ressente,
E sente
E as vezes lembra, as vezes chora, as vezes grita, as vezes surta.

E são todos cinzas.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Copiei e colei

ACHO QUE MEU CORAÇÃO NUNCA BATEU BEM DA CABEÇA
SENTE SEU GOSTO NA BOCA E AS BOCAS QUE O TEMPO MARCOU EM MIM
VIVE INQUIETO,
 DE CERTO POR QUE TÁ CHEIO DE GENTE E DESERTO
ACHO QUE DE GRÃO EM GRÃO ANDOU PERDENDO A PACIENCIA
FOI MAREANDO MEUS OLHOS E OS OLHOS QUE OS DIAS CEGARAM EM MIM
VIVE ATENTO
DE CERTO POR QUE TÁ CHEIO DE GENTE E DESERTO
 
PERDE O PRUMO, AMARGOSO, DOCE, VISCOSO
O DIABO ENCARNADO DE CARTAS NA MANGA
HEADBANGER, DOCE POLI, HOMEM DE LATA
OCO DO SANTO DE PAU
ACHO QUE MEU CORAÇÃO NUNCA BATEU BEM DA CABEÇA!
 
(Música do JUH VIEIRA, que parece uma confissão minha)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Muda

Irritação sem motivo paupável
Cansaço, doença, falta de tempo e espaço
Nó, embaraço, rompimento  e fortalecimento de laços
Sangue e suor serão de fato necessários
Agora, não espera, não aguenta, não finge
Muda
Transforma
Agora
Pra depois.....

sábado, 20 de novembro de 2010

Dá licença, tenho que voltar pro teatro!

"Vidro moído ou areia
No café da manhã
E um sorriso nos lábios
Ensopadinho de pedra
No almoço e jantar
E um sorriso nos lábios
O sangue, o roubo, a morte
Um negro em cada jornal
E um sorriso nos lábios
Noventa e cinco sorrisos
Suando na condução
E um sorriso nos lábios...
Mas sonha que passa
Ou toma cachaça
Agüenta firme, irmão
Na oração
Deus tudo vê e Deus dará
Ou então acha graça
É tão pouca a desgraça
Mas no fim do mês
Lembra de pagar a prestação
Desse sorriso nos lábios, é
Desse sorriso nos lábios, pois é
Desse sorriso nos lábios...
O jogo, a nêga, a loteca
A fome e o futebol
E um sorriso nos lábios
A taça, a vida, a dureza
Viva a beleza do sol
E um sorriso nos lábios
Os olhos fundos sem sono
Os corpos como lençol
E um sorriso nos lábios
O cerco, a vida, o circo
Silêncio, um medo anormal
E um sorriso nos lábios
Mas sonha que passa
Ou toma cachaça
Agüenta firme, irmão
Na oração
Deus tudo vê e Deus dará
Ou então acha graça
É tão pouca a desgraça
Mas no fim do mês
Lembra de pagar a prestação
Desse sorriso nos lábios, é
Desse sorriso nos lábios, pois é
Desse sorriso nos lábios..."

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Ordem

Ordem alfabética;
Ordem crescente e decrescente.
"Quem quer manter a ordem?"
O povo é quem mais ordena...
Ordem até na metafísica!
Ordem e progresso por fim!
Aliados, companheiros!
Positivistas filhos de Comte, lambuzam uma nação de moralismos e espírito progressita!
Falta a cor e cheiro e o gosto e a força de um vermelhinho, ainda que fora de moda, mas falta sim.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Abre aspas - e não fecha mais!

Essa é só pra Thi ...

Ultimo Romance

Los Hermanos

Composição: Rodrigo Amarante
Eu encontrei quando não quis
Mais procurar o meu amor
E quanto levou foi pr'eu merecer
Antes um mês e eu já não sei
E até quem me vê lendo o jornal
Na fila do pão, sabe que eu te encontrei
E ninguém dirá que é tarde demais
Que é tão diferente assim
Do nosso amor a gente é que sabe, pequena
Ah vai!
Me diz o que é o sufoco que eu te mostro alguém
Afim de te acompanhar
E se o caso for de ir à praia eu levo essa casa numa sacola
Eu encontrei e quis duvidar
Tanto clichê deve não ser
Você me falou pr'eu não me preocupar
Ter fé e ver coragem no amor
E só de te ver eu penso em trocar
A minha TV num jeito de te levar
A qualquer lugar que você queira
E ir onde o vento for
Que pra nós dois
Sair de casa já é se aventurar
Ah vai, me diz o que é o sossego
Que eu te mostro alguém afim de te acompanhar
E se o tempo for te levar
Eu sigo essa hora e pego carona pra te acompanhar

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Pensei em descansar no feriado...

O humano estabelece-se na imitação: um homem torna-se um homem apenas imitando outros homens.
Theodore Adorno

A tarefa atual da arte é introduzir o caos na ordem.
Theodore Adorno

domingo, 14 de novembro de 2010

domingo, 7 de novembro de 2010

Mãos talvez atadas

Péssima escolha publicar o pensamento, que dirá então o que se sente!
A parte isso, dedos que percorrem teclas em segundos, ainda que atados para a ação.
é uma só a vida, é .
as coisas que passam pelo musculo involuntario as vezes sao mesmo sem explicação.

nao estou de gravata, portanto, desato a garganta.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

ser o que ? pra que?

tava pensando um pouco hoje na chuva forte ....
em duas semanas fui  mais do sou em um ano.. ou varios !

menina alegre e simpatica e feliz da vida !
boemia , adolescente, saltitante e apaixonada e apaixonante.
que nao beija, nao diz, mas sente e sente sente de verdade!
fa, artista, contestadora, bunda mole, bebada, saudosista....
mulher cm desejos que se realizam, ex mulher que aceita o que esta como esta e ama ... afinal, como ??? como ???
mae saudosa das crias que na me esperam no lar , mae cuidadosa com os filhos que adota por uns dias.
filha da mae, dos pais, dos amigos velhos e desgastados e ate dos novos....
atriz em cena e fora dela.
eu mesma e mesmo em cena e fora dela.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

fora do ar

de ita em ita ,muita coisa aparece do nada... ou não!
relativizando coisas e sentidos, a razão as vezes dá espaço, pasmem!
novas maneiras de ver e viver e essencialmente sentir!
e como ja disse o velho poeta, "a vida é arte do encontro , mesmo que haja tanto desencontro nessa vida!"
Tem dias - e noites - que precisamos ser essenciais para alguém.....

ou simplesmente precisamos de alguém que seja essencial para nós..

(já disse uma previsão que li agora mesmo .... )

domingo, 17 de outubro de 2010

off line - parte II

Bem la no fim do mundo, meu passo vagabundo
errando no asfalto , levou-me la um dia ....

Com meus pés - e mais alguns pares - a caminho de outros lugares
Novos olhares ... outros ares !

Off line, alguns dias...
cambio, desligo.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O espetáculo - primeira parte

A imagem que diz tudo e cala as vozes que ainda teimam em vibrar.
Ter sempre pra ser cada vez menos. Estar em todo lugar, em um click.
Tudo mais rápido, perecível, fast-food, plástico.
Subjetividade na arte, no sexo, no gosto, no gesto, no texto, no mundo, nos medos, no amor.
Pra onde foram as vontades de transformação?
Ao shopping, quem sabe!
Incluir o pobre, esconder o podre, experimentar o poder.
Ter sempre pra ser cada vez menos. Estar em todo lugar, basta um chip.
Embriagam-se os poetas. Estressam-se os artistas. Enlouquem os revolucionários.
Incendiários transformando-se em bombeiros.
Professor de ong, atriz de comercial de refrigerante.
Aceso o molotov cênico para matar as lombrigas famintas por uma revolução que nunca vem....
Fogos de artifício , lágrimas artificiais cobrem as faces emocionadas com mais um romance qualquer que distraia por duas horas consecutivas - acompanhado de um pacote gigante de pipoca de microondas!Idéias soltas numa página de internet. Comentários que virão, deletados ou não, comunicam como é fácil e útil nossa democracia! Salve!
Ter sempre pra ser cada vez menos. Estar em todo lugar, basta um click.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Tomando partido

Mais gente acima da linha da miséria incomoda muita gente;
Manutenção de conquistas para o POVO incomoda muito mais!
Políticas que visem a distribuição de riqueza incomodam muita gente;
Vermelho ( ainda que desbotado) no poder incomoda muito mais!
Garantia de direitos fundamentais de TODOS incomoda muita gente;
Transformar as bases econômica e social incomoda muito mais!




Abaixo, manifesto de artistas em favor da Dilma no poder - ou contra a repressão de um governo de direita.

MANIFESTO DE ARTISTAS E INTELECTUAIS PRO DILMA




Nós, que no primeiro turno votamos em distintos candidatos e em diferentes partidos, nos unimos para apoiar Dilma Rousseff. Fazemos isso por sentir que é nosso dever somar forças para garantir os avanços alcançados. Para prosseguirmos juntos na construção de um país capaz de um crescimen to econômico que

signifique desenvolvimento para todos, que preserve os bens e serviços da natureza, um país socialmente justo, que continue acelerando a inclusão social, que consolide, soberano, sua nova posição no cenário internacional.



Um país que priorize a educação, a cultura, a sustentabilidade, a erradicação da miséria e da desiguladade social. Um país que preserve sua dignidade reconquistada.



Entendemos que essas são condições essenciais para que seja possível atender às necessidades básicas do povo, fortalecer a cidadania, assegurar a cada brasileiro seus direitos fundamentais.



Entendemos que é essencial seguir reconstruindo o Estado, para garantir o desenvolvimento sustentável, com justiça social e projeção de uma política externa soberana e solidária.



Entendemos que, muito mais que uma candidatura, o que está em jogo é o que foi conquistado.



Por tudo isso, declaramos, em conjunto, o apoio a Dilma Rousseff. É hora de unir nossas forças no segundo turno para garantir as conquistas e continuarmos na direção de uma sociedade justa, solidária e soberana.



Leonardo Boff

Chico Buarque

Fernando Morais

Emir Sader

Eric Nepumuceno

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

ui ui ui ...

A ferida cutucada certamente não é insensível.
Ao cair das máscaras, nada parece mais atraente e convidativo.
Carece de tempo, precisa de afeto, carinho, calor e teto.... é menina ainda...
Nunca pediu. Nunca se abriu.
Agora é primavera pra ela... desabrocha, debocha dos sentimentalismos mas é tão carente no fim das contas!
Pede colo.
Cai no chão.
Braços cruzados, ouvidos tapados.
Falta de abraço.
Solidão.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Vai vai vai começar a brincadeira!

Eleição já foi sinônimo de democracia, de direito conquistado.
Hoje, com o paçhaço de figurino e os outros de terno e gravata mesmo, a festa da democracia se tranformou em espetáculo bizarro de comédia!
Só não sei se é mais tragicômico o "pior que tá não fica" ou o "rouba mas faz" ficar em terceiro lugar e não poder assumir por conta da ficha suja!
E viva a democracia e o nosso direito de escolha!

Hoje tem palhaçada?
Tem sim senhor!
Hoje tem marmelada?
Tem sim senhor!
Hoje tem cara lavada?
Tem sim senhor!

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Sem ter

Não tenho casa, não tenho carro.
Não tenho grana pra quase nada!
Não tenho poupança nem economias.
Não tenho porquinho com moedas dentro.
Não tenho raiva nem ressentimento.
Não tenho medo de ficar sozinha.
Não tenho queixas apesar das dores nas costas;
Não tenho box no banheiro nem cortina no meu quarto.
Não tenho tempo pro ócio;
Não tenho marido ou parceiro.
Não tenho sonho impossível.
Não tenho fé em divindades.
Não tenho vergonha na cara.
Não tenho juizo.
.... e no fundo no fundo, não tenho sequer orgulho...
Ufa! Que bom!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

All Apologies

Da certeza ao descontrole.
Espiral esquizofrênico se apresenta: Olá!
Passo a frente, não tem volta.
Fácil na teoria.
Praticamente inviável.
O que dizer?
Tudo, e com raiva, com ternura, com mágoa, com amor velho e podre... tudo ao mesmo tempo!
Talvez seja mais fácil resumir: All Apologies ...
E agora deixa estar.
No silêncio, se for possível.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Fuga

Falta tempo.
Falta ar.
Faz falta às vezes só estar.
Fuga.
Riso, lágrima, verdade, suspiros, desapego.
Cheiro, gosto, toque, revisita.
Acordes que despertam sensações leves... ah, quanto tempo!
Algum Excesso? Lógico!
(...)
O dia seguinte: escolho o que guardo - trancado a sete chaves.
Hoje é dia de caminhão de lixo, já separei o que vou jogar fora.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

PazTemos





PazTemos!

Um brinde!

Um brinde à igualdade, fraternidade desse mundo maravilhoso em que vivemos!
Um brinde à sabedoria humana, aos homens que governam e detém o poder e o capital!
Não temos todo o dinheiro, na verdade, muitas vezes, nenhum dinheiro.
Não temos a melhor comida... certes vezes, nenhuma tão pouco...
Também não possuímos o domínio do nosso tempo, o trabalho nos consome cada vez mais.
Nossas casas - quando as temos - também não são lá tão confortáveis... Algumas tem goteira, noutras, a água entra mesmo e destrói. Noutros casos, a casa cai, desmorona... Em outros, nossa casa é a rua mesmo, a ponte, o banco da praça... Ah, mas a cidade está limpa! Limpa de propagandas, limpa de papéis e latinhas, limpa de nós mesmos!
Brindemos também, como é que se pode esquecer, ao nosso direito de escolha! Afinal de contas, esse nosso lindo e globalizado e poluído mundo nos permite ir e vir... Se bem que nem o transporte público funciona para que seja possível locomover-se pra onde se quer, na hora que se quer.
Somos educados, muito embora alguns não tenham acesso a um ensino, assim, de qualidade. Outros tantos não sabem ler ou escrever. Mas o que importa mesmo, é que temos esperança! E paciência!

Somos educados, muito embora alguns não tenham acesso a um ensino, assim, de qualidade. Outros tantos não sabem ler ou escrever. Mas o que importa mesmo, é que temos esperança! E paciência!
Por isso - e por toda a alegria que é viver nesse nosso mundo globalizado e em constante progresso - PazTemos !


                                                                                                   
E o desejo de transformação voa como a tal da pombra branca, rumo a um lugar onde já não seja preciso ironias, teorias ou muito menos desabafos.
Crer que de fato não é possível sustentar tamanha desigualdade talvez seja um passo rumo à mudança das coisas, dos rumos e caminhos que seguimos.
Caminhar é preciso, com todas as armas necessárias para o embate que certamente virá - se é que já não veio...

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Tocando em frente

Ando devagar


Porque já tive pressa

Levo esse sorriso

Porque já chorei demais



Hoje me sinto mais forte,

Mais feliz, quem sabe,

Só levo a certeza

De que muito pouco sei,

Ou nada sei



Conhecer as manhas

E as manhãs

O sabor das massas

E das maçãs



É preciso amor

Pra poder pulsar

É preciso paz pra poder sorrir

É preciso a chuva para florir



Penso que cumprir a vida

Seja simplesmente

Compreender a marcha

E ir tocando em frente



Como um velho boiadeiro

Levando a boiada

Eu vou tocando os dias

Pela longa estrada, eu vou

Estrada eu sou



Conhecer as manhas

E as manhãs

O sabor das massas

E das maçãs



É preciso amor

Pra poder pulsar

É preciso paz pra poder sorrir

É preciso a chuva para florir



Todo mundo ama um dia,

Todo mundo chora

Um dia a gente chega

E no outro vai embora



Cada um de nos compõe a sua historia

Cada ser em si

Carrega o dom de ser capaz

E ser feliz



Conhecer as manhas

E as manhãs

O sabor das massas

E das maçãs



É preciso amor

Pra poder pulsar

É preciso paz pra poder sorrir

É preciso a chuva para florir



Ando devagar

Porque já tive pressa

Levo esse sorriso

Porque já chorei demais



Cada um de nos compõe a sua historia

Cada ser em si

Carrega o dom de ser capaz

E ser feliz

terça-feira, 14 de setembro de 2010

PrivaCidade

Roubo de chaves pra descoberta de segredos.
Complexidade.
Sim e não, não e sim, tudo junto e de uma vez.
Amor, não exclusividade.
Um suspiro melancólico afirma : Houve afeto.
Palavra que não sai da boca, amarga e esmaga o pensamento.
Gritou: coragem!
E outras palavras sacanas, cheias de uma moral inventada e autoimposta por quem pensa em manter as coisas como estão!
-Dia e hora pra fazer e sentir.
-Programar o que é por essência natural, espontâneo!
A voz dessa vez sai , sem dúvida : Não! Chega!
Era uma vez. Era.
Sem reticências, agora é ponto final.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Charles

Parafuso a mais.
Descobertas que vem e tomam conta do corpo que dói - é nisso que dá o sedentarismo...
É dessa forma?
É desse jeito?
Levando em conta que tudo isso , a vida em si e o mundo em lá, não passam de uma grande representação, tudo bem tentar movimentar as pessoas e as coisas dessa forma: representação!
Ajustes feitos, nós atados à garganta, parece tudo pronto... mas... parece que falta algo ainda pra transformar, pra pular, pra movimentar.
Encontrei o Charles, meu parafuso a mais.
Birra de criança, mania, insanidade, carência, ato fálico, seja o que for.
Penso no choque, no atrito que vem sendo estabelecido em cena.
A vida em si e o mundo em lá - representações.
No entanto, há ainda distância - embora hoje resida com filhas, gatas e agora, com o Charles, mais perto do espaço cênico em que atuo- entre a representação que é a vida em si e mundo em lá e o transpirar cênico que é hoje o ofício de alguns de nós.
Nó na garganta e na cabeça. (isso sem contar esse treco que bate aqui no meu peito esquerdo)
Sem moral.
Sem história.
Sem final feliz, nem infeliz.
Só uma parte do pensamento que vai saindo em forma de letrinhas.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Extra! Extra!
Furacão movimenta-se e muda tudo de lugar.

Devastador fenômeno , num corajoso rompante, invade a cena e muda completamente as coisas de lugar.
Casas , pessoas, mentes, sensações, certezas. Tudo de ponta cabeça.
"Assim parece que o sangue oxigena mais o cérebro e ele por fim consegue entender coisas que estavam confusas e , consequentemente, confunde o que estava racionalizado corretamente, segundo os bons costumes"; afirma o médico local.
Segundo a metafísica, o destino é o responsável por tal catástrofe.
A oposição portanto, conclui que o saldo final é apenas diferente, nem negativo, nem positivo. Apenas não é igual ao anterior.
E no meio dos escombros, um sorriso meio triste , um olhar fixo: foco sem labirinto.
Há espaço ainda pra ternura. E plantas novas moram hoje na varanda.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Rubi

Vila Rubi

Rubi é uma pedra preciosa vermelha, uma variedade do mineral corindon (óxido de alumínio) cuja cor é causada principalmente pela presença de crômio. Os rubis naturais são excepcionalmente raros, mas produzem-se rubis artificialmente que são comparativamente baratos.
O rubi tem dureza 9 na escala de Mohs, e entre as gemas naturais somente é ultrapassado pelo diamante em termos de dureza.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Free as bird

Vai em inglês, no original.
Tô saindo pra mais uma representação da vida "real".
O ar tá mais leve agora que tô livre de mim mesma.
Ufa!

Free As A Bird


The Beatles


Composição: John Lennon

Free As A Bird,

It's the next best thing to be free as a bird.

Home, home and dry.

Like a homing bird I fly, as a bird on wings.

Whatever happened to the life that we once knew

Can we really live without each other

Where did we lose the touch

That seemed to mean so much

It always made me feel so

Free as a bird,

It's the next best thing to be free as a bird.

Home, home and dry

Like a homing bird I fly, as bird on wings

Whatever happened to the life that we once knew

Always made me feel soooo

Free



Free as a bird

It's the next best thing to be

Free as a bird

Free as a bird

Free as a bird.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Quando o rosto queima em brasa

Timidez.
Parece que tem uma trava nas horas que não poderia.
Palavras aprisionadas.
Imobilidade.
A cabeça ferve e pensa demais numa hora que só o corpo deveria responder.
Provocação: "qualquer um faz isso melhor do que você"... "você não vai conseguir" e coisas do tipo.
E o corpo ainda não responde, embora queira.
Na cabeça gritos do tipo: "Você , ou melhor, vocês, por algum acaso sabem tudo o que eu larguei pra estar aqui? Imaginam quanto creio nisso tudo que está acontecendo? Nâo fazem idéia mesmo que estou sem um puto nem pro busão!"
É hora.
O Pensamento enfim, deu lugar - ou só uma trégua - pro rosto queimar em brasa.
O corpo formiga, o nó na garganta. Raiva. Eu inteira.
No chão, o choro da luta, da incerteza........ entrego ao solo tudo misturado, não tem palavra não.
Salgada lágrima que se desdobra em outra, soluço após soluço.
Durou pouco e ao mesmo tempo, parece que sempre estive ali.

Velhas melodias , velhas canções......... tirando a poeira dos cantos

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Sentimentalismo numa hora dessas..... hum!




Mudança pra fazer no mundo, no pensamento e na ação.
E cada dia mais tá chegando  a hora.
Não tem planejamento e esquematização que dê conta da ânsia de transformação.

E eis que no meio do caminho, uma faísca sentimental se apodera de mentes e corpos treinados para o ataque.

... daí não tem jeito.... não há armadura que resita.
Desarmo-me.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Bipolaridade cênica

Amo e odeio.
Quero e não quero.
Creio. ... mas duvido.
Escolhi sem ter escolha.
Estou aqui mas não sou eu inteira.
E tem gente achando bom!
Difícil! ...mas tenha paciência - diz o cara que vê de fora.
( que admiro e detesto e amo e ouço e finjo não ouvir)
Não desisto - talvez devesse.
Não desistam - talvez pudessem.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Voz

Uma vez uma voz disse: Haja Luz!  E segundo o que sabemos, houve luz.

Dali um tempo, uma voz ordenou coisas pra um povo, que saiu andando por desertos, aniquilando povos - segundo eles, pagãos ... (mas vamos combinar uma coisinha: quem ouve vozes e sai andando pelo deserto não tem muito como julgar ninguém, né não?!...)
Enfim, o povo dizia ser escolhido, os puros, os tais, a ultima gota de água do cantil.
Mais um tempinho e o povo do bem, ou de bem, como queiram, resolve estabelecer regras comerciais, e claro, eles saem ganhando!

E daí várias vozes em coro dizem: Haja grana! E assim aconteceu. Apareçam os que nos sustentarão, os que darão sangue e suor pra que nosso rico dinheirinho nunca nos falte.

E dái, pra encurtar: caravelas, descobrimentos, exploração, cristianização, colonização, catequização, industrialização, linha de produção, ampliação, renovação, reprodução, submissão, ditadura, repressão. As melhores terras são minhas, só minhas! As ideias minhas, as cabeças pensantes que não são minhas não existem, somem! E o povo que não entende nada de nada, faz o que a gente quer e pronto. Daí, fala-se em desenvolvimento, sei lá eu quantos anos em cinco e UAU! Todo mundo querendo globalização, modernidade!

E estamos nós aqui hoje, em nossas mesas de escritório, telemarketing , em nossas incansáveis lutas por ideais - daí nosso engano primeiro - sonhos - mais um engano, porra! - e por um mundo justo, melhor de se viver.... Lutamos pela paz! ( vai ver que é por isso que as vozes ordenam e a gente obedece)...

Mas calma. Não há motivo para pânico, não ainda.
Não existe apenas UMA voz. Nem só a voz que ordena , que subjuga. São váaaaaaarias vozes ao mesmo tempo dizendo muitas e muitas e muiiiitas coisas...

O problema é que passamos muito tempo com os ouvidos tapados, e quando abertos de soslaio, acostumados com a mesma chata  sinfonia do "haja luz".... Não faça isso ou aquilo pois não lhe convém. Não vá pra esquerda, Não peque, Não erre, Não minta, Não traia, Não deseje o que não lhe pertence... Não fume, Não beba, Não transe, Não queira. Fique onde está , seja feliz , tudo faz parte de seu aprendizado.

Quando destapamos os ouvidos, o que antes era apenas um zumbido chato passa a soar melhor. Quando fechamos os olhos e deizamos ser , só ser o que está aqui - primata primitivo que ainda não nos deixou - dá até pra ficar em silêncio!

sábado, 12 de junho de 2010

Que outro me traduza.

Achei um pedaço amarelecido de uma carta que escrevei - ou recebi ( não reconheço a letra como sendo minha, mas minha letra sempre muda mesmo...) , e mesmo tendo certeza de ser um fragmento de algo antigo, que já não é mais, foi chocante perceber como a aparente mudança das coisas na verdade só serve pra nos levar aos mesmos lugares, ao mesmo ponto de partida....
Daí notei que a vontade de conversar, a necessidade de dizer coisas e ao mesmo tempo não ter nada a dizer é uma velha e antiga sensação que torna a me visitar nesse inverno.
Valho-me portanto, das palavras de outro agora.

Se tens um coração de ferro, bom proveito.  O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia.

Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos.

Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é so um dia mais.

Todas as frases de José Saramago

Poderia colocar mais tantas frases, mas tenho mais o que fazer.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Individualmente distraída

Não me interessa agora nada além dos meus devaneios - que meus companheiros não me leiam hoje.
Distrair-me com o amor, por exemplo, agora me parece necessário.
Pouco me importa ser individualista, ou egoista ou juvenil.
Por agora, me interessa o devaneio, a divagação por onde quer que queira o pensamento
Ou até o que, descontraidamente, surja bem lá do fundo de mim.
Anti-eu mesma,. sei que desse jeito vou contra o que creio, e faço e digo.
Mas hoje me permito sentir.... distraidamente, des=traidamente.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Caeiro pra elas



O Pastor AmorosoV
O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.






Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo. Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.




E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar. Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.


Todo eu sou qualquer força que me abandona.

Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.


 
(Alberto Caeiro)

terça-feira, 1 de junho de 2010

Na beira do abismo

Frio na barriga.
Um vento bom e frio bate na face.
Ela tem medo mas o fascínio pelo novo a impede de parar.
Joga-se.
Movimento, sempre o movimento!
Queda livre.
Quando chegar ao chão.... conto.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Movimento

Andar pra frente, não por ser de hábito, tampouco por ser melhor.
Andar.
Jogar pros pés o que a mente imprime o tempo todo.
Não reafirmar na andança traços ou passos que brilharam - e ainda brilham- as custas de esforços de quem é oprimido por falta de consciência ou porque sim, se deixa oprimir.
O tênis fica gasto porém, nos mesmos lugares: no calcanhar, na parte de dentro.
Destravar os joelhos nas paradas, procurar um eixo que não é o de sempre, que não é o costume. Estar fora do equilíbrio sem tombar o corpo, sem pensar nisso fixamente a ponto de esvaziar a mente e o corpo.
Idéia por idéia fica pra depois, pra nunca, pra galáxia.
Feito por feito segrega e ameaça ser expressão corporal apenas.
Desconexão conectada, é possível tecnicamente, intelectualmente também.
Ser, estar, pensar, agir. Andar. Andar pra frente, sem que isso seja mais, ou melhor ou certo.
Andar é andar.
O frio é o frio, o vento é o vento.
O que meu olho vê, ainda que meio cego...
Andar pra frente , pra linha de frente. (que pode estar atrás)

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Bom dia, Lética!

Lismo andou me procurando nos últimos tempos, mas tenho feito tanta coisa que não tenho tempo pra jogar conversa fora, achar tudo bonitinho, contar carneirinho antes de dormir. Que idéia Lismo! Sonhar neesa altura do campeonato!
Não sei bem se ele desisitiu de mim ou eu dele, o fato é que , recentemente, conheci um pouco mais alguém que eu só conhecia assim de vista, da fila do pão, do ônibus lotado, daqueles dias de fúria intermináveis!
Lética veio ao Parque Santo Antônio, acompanhada, lógico.
Num primeiro momento, quis dizer á ela tudo o que disse a Lismo, mas a deixei estar - e não ser.
Olá! - me disse ela, com sua aparência nova e velha, já nos conhecíamos, afinal.
Olá - disse eu, com minha aparência cansada e entusiasmada, foram uns dias de aproximação.
E por fim - ou será só o começo? - busquei minha voz mais forte pra lhe dizer, em alto e interno e intenso som: BOM DIA LÉTICA !

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Vermelho

POESIA: QUANDO OS TRABALHADORES PERDEREM A PACIÊNCIA

Por: Mauro Iasi(*)



As pessoas comerão três vezes ao dia
E passearão de mãos dadas ao entardecer
A vida será livre e não a concorrência
Quando os trabalhadores perderem a paciência
Certas pessoas perderão seus cargos e empregos
O trabalho deixará de ser um meio de vida
As pessoas poderão fazer coisas de maior pertinência
Quando os trabalhadores perderem a paciência

O mundo não terá fronteiras
Nem estados, nem militares para proteger estados
Nem estados para proteger militares prepotências
Quando os trabalhadores perderem a paciência

A pele será carícia e o corpo delícia
E os namorados farão amor não mercantil
Enquanto é a fome que vai virar indecência
Quando os trabalhadores perderem a paciência

Quando os trabalhadores perderem a paciência
Não terá governo nem direito sem justiça
Nem juizes, nem doutores em sapiência
Nem padres, nem excelências

Uma fruta será fruta, sem valor e sem troca
Sem que o humano se oculte na aparência
A necessidade e o desejo serão o termo de equivalência
Quando os trabalhadores perderem a paciência

Quando os trabalhadores perderem a paciência
Depois de dez anos sem uso, por pura obscelescência
A filósofa-faxineira passando pelo palácio dirá:
"declaro vaga a presidência"!


* Mauro Iasi é Professor da UFRJ e membro do Comitê Central do PCB (Partido Comunista Brasileiro)

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Começar de novo....

Eu adoro fazer teatro.
Tanto que agora, quer dizer, daqui uns minutos, meus super amigos de grupo e eu e mais os malucos que começaram essa história toda vamos começar ou retomar ou reinventar ou .. ah. foda-se! A gente gostou tanto do processo que queremos tudo de novo! yeah!

O problema é que sou bipolar. Entao, passadas algumas linhas ja nao acho isso tudo tao positivo assim.....

E depois de umas letrinhas ja penso que é isso mesmo, começar de novo mesmo, legal.

Ah e agora eu já nao concordo de novo com esse discursinho burgues de : vao la seus ferrados, comecem e refaçam e bla bla bla.... distraiam-se e ocupem suas cabecinhas revolucionarias pra gente continuar fazendo a festa enquanto voces fazem cena.

Bom, ja vai começar o ensaio , ja ja .
Concentra.
E se joga.

(será?)

domingo, 11 de abril de 2010

Escada rolante

Karl Marx estava numa escada rolante de shopping.
A escada descia compassadamente enquanto ele coçava a vasta barba.
Luzes e vitrines, promoções tentadoras.
Karl Marx continuava descendo rumo a saida.
O cheiro dos lanches rápidos e suculentos entrava em suas narinas.
Mas, Karl Marx continuava na escada rolante inabalável.
Não olhava para os lados.
Respirava calmamente e tácito, chegou no piso térreo e avistou a placa que indicava a direção para saida.
Estava quase com o pé na calçada externa, quando de súbito, girouo corpo e a vasta sabedoria milenar para dentro do shopping de novo.
Subiu a escada rolante correndo, ofegante e impaciente.
Entrou na PlayLand e ...
Mergulhou de cabeça na piscina de bolinhas.

terça-feira, 30 de março de 2010

Dia -a - dia

Uma mulher corre pra passar na catraca.
Acabou de deixar o filho pequeno na creche lotada, que opção?
Conta as moedas pra pagar a tarifa, que novamente, aumentou.
O salario não.
Passa na frente de outros passageiros, que a observam com estranheza.
Ah, mal sabem que se chegar atrasada de novo tá na rua, ora essa!
Inutil toda a pressa: o corredor de onibus lotado, está completamente parado.
Xinga.
Chora.
Arrepende-se de ter filho, de nao ter dinheiro, de nao ter estudo.
Foda-se.
Sai andando pela rua, precisa chegar.
Pega uma lotação do outro lado da avenida.
Um motoqueiro tão apressado quanto ela, quanto nós, entra embaixo da lotação.
Merda.
Todo mundo desce.
Correria pra pegar mais uma condução, o dinheiro acabou e o bilhete nao tem credito pois o patrao atrasou a recarga.
Foda-se.
Sai andando pela rua, precisa chegar.
Mais adiante, entra novamente no onibus, explica tudinho.
O cobrador, que só está fazendo seu trabalho, nao a deixa passar, nem descer pela frente nada.
Merda.
Sai andando pela rua, precisa chegar.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

CitAção

Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão
Paulo Freire

... apenas cito.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Todo dia

Quando o despertador toca os olhos abrem. As janelas, o pensamento.
Luta, guerra, batalha, ócio, medo, certeza de querer chegar, indagação e nó na garganta que não passou desde agosto.
Cara pra bater, é isso mesmo!
Nâo saber se o amor é mais ilusório do que qualquer outra abstração que lhe servem de sobremesa. Não querer pensar em revolução como saída pras coisas que estão postas. Não querer pensar.
Daí, come-se. Digere-se. E depois, como de costume, tudo vai pro esgoto do mesmo jeito.
O corpo cansa, a voz desaparece. Imagens voltam a cabeça e povoam as sensações mais variadas: acalanto, dúvida, paixão, necessidade, certeza.
De noite a água cai na face, os cabelos ficam soltos e molhados.
O carinho vem, certeiro.
Cerram-se os olhos.
Encerra-se mais uma batalha.
Vencedor e vencido estão do mesmo lado - esquerdo, batendo alternadamente.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Agora é pra valer

Estréia do espetáculo que não é um espetáculo
Acessem www.esteladoparacima5.blogspot.com para saber mais.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Poesia

Eu nunca soube fazer poesia.
Não gosto muito de rimas, nem de sentimentalismos forçados e cor-de-rosa.
Acontece que de uns tempos pra cá, tenho revisitado poetas que amo e declarações de amor faladas e ouvidas... e noto que sou poeta!
Fico feliz.
Nem tudo precisa ser cinza pra mim.