terça-feira, 30 de março de 2010

Dia -a - dia

Uma mulher corre pra passar na catraca.
Acabou de deixar o filho pequeno na creche lotada, que opção?
Conta as moedas pra pagar a tarifa, que novamente, aumentou.
O salario não.
Passa na frente de outros passageiros, que a observam com estranheza.
Ah, mal sabem que se chegar atrasada de novo tá na rua, ora essa!
Inutil toda a pressa: o corredor de onibus lotado, está completamente parado.
Xinga.
Chora.
Arrepende-se de ter filho, de nao ter dinheiro, de nao ter estudo.
Foda-se.
Sai andando pela rua, precisa chegar.
Pega uma lotação do outro lado da avenida.
Um motoqueiro tão apressado quanto ela, quanto nós, entra embaixo da lotação.
Merda.
Todo mundo desce.
Correria pra pegar mais uma condução, o dinheiro acabou e o bilhete nao tem credito pois o patrao atrasou a recarga.
Foda-se.
Sai andando pela rua, precisa chegar.
Mais adiante, entra novamente no onibus, explica tudinho.
O cobrador, que só está fazendo seu trabalho, nao a deixa passar, nem descer pela frente nada.
Merda.
Sai andando pela rua, precisa chegar.