quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Sem ter

Não tenho casa, não tenho carro.
Não tenho grana pra quase nada!
Não tenho poupança nem economias.
Não tenho porquinho com moedas dentro.
Não tenho raiva nem ressentimento.
Não tenho medo de ficar sozinha.
Não tenho queixas apesar das dores nas costas;
Não tenho box no banheiro nem cortina no meu quarto.
Não tenho tempo pro ócio;
Não tenho marido ou parceiro.
Não tenho sonho impossível.
Não tenho fé em divindades.
Não tenho vergonha na cara.
Não tenho juizo.
.... e no fundo no fundo, não tenho sequer orgulho...
Ufa! Que bom!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

All Apologies

Da certeza ao descontrole.
Espiral esquizofrênico se apresenta: Olá!
Passo a frente, não tem volta.
Fácil na teoria.
Praticamente inviável.
O que dizer?
Tudo, e com raiva, com ternura, com mágoa, com amor velho e podre... tudo ao mesmo tempo!
Talvez seja mais fácil resumir: All Apologies ...
E agora deixa estar.
No silêncio, se for possível.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Fuga

Falta tempo.
Falta ar.
Faz falta às vezes só estar.
Fuga.
Riso, lágrima, verdade, suspiros, desapego.
Cheiro, gosto, toque, revisita.
Acordes que despertam sensações leves... ah, quanto tempo!
Algum Excesso? Lógico!
(...)
O dia seguinte: escolho o que guardo - trancado a sete chaves.
Hoje é dia de caminhão de lixo, já separei o que vou jogar fora.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

PazTemos





PazTemos!

Um brinde!

Um brinde à igualdade, fraternidade desse mundo maravilhoso em que vivemos!
Um brinde à sabedoria humana, aos homens que governam e detém o poder e o capital!
Não temos todo o dinheiro, na verdade, muitas vezes, nenhum dinheiro.
Não temos a melhor comida... certes vezes, nenhuma tão pouco...
Também não possuímos o domínio do nosso tempo, o trabalho nos consome cada vez mais.
Nossas casas - quando as temos - também não são lá tão confortáveis... Algumas tem goteira, noutras, a água entra mesmo e destrói. Noutros casos, a casa cai, desmorona... Em outros, nossa casa é a rua mesmo, a ponte, o banco da praça... Ah, mas a cidade está limpa! Limpa de propagandas, limpa de papéis e latinhas, limpa de nós mesmos!
Brindemos também, como é que se pode esquecer, ao nosso direito de escolha! Afinal de contas, esse nosso lindo e globalizado e poluído mundo nos permite ir e vir... Se bem que nem o transporte público funciona para que seja possível locomover-se pra onde se quer, na hora que se quer.
Somos educados, muito embora alguns não tenham acesso a um ensino, assim, de qualidade. Outros tantos não sabem ler ou escrever. Mas o que importa mesmo, é que temos esperança! E paciência!

Somos educados, muito embora alguns não tenham acesso a um ensino, assim, de qualidade. Outros tantos não sabem ler ou escrever. Mas o que importa mesmo, é que temos esperança! E paciência!
Por isso - e por toda a alegria que é viver nesse nosso mundo globalizado e em constante progresso - PazTemos !


                                                                                                   
E o desejo de transformação voa como a tal da pombra branca, rumo a um lugar onde já não seja preciso ironias, teorias ou muito menos desabafos.
Crer que de fato não é possível sustentar tamanha desigualdade talvez seja um passo rumo à mudança das coisas, dos rumos e caminhos que seguimos.
Caminhar é preciso, com todas as armas necessárias para o embate que certamente virá - se é que já não veio...

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Tocando em frente

Ando devagar


Porque já tive pressa

Levo esse sorriso

Porque já chorei demais



Hoje me sinto mais forte,

Mais feliz, quem sabe,

Só levo a certeza

De que muito pouco sei,

Ou nada sei



Conhecer as manhas

E as manhãs

O sabor das massas

E das maçãs



É preciso amor

Pra poder pulsar

É preciso paz pra poder sorrir

É preciso a chuva para florir



Penso que cumprir a vida

Seja simplesmente

Compreender a marcha

E ir tocando em frente



Como um velho boiadeiro

Levando a boiada

Eu vou tocando os dias

Pela longa estrada, eu vou

Estrada eu sou



Conhecer as manhas

E as manhãs

O sabor das massas

E das maçãs



É preciso amor

Pra poder pulsar

É preciso paz pra poder sorrir

É preciso a chuva para florir



Todo mundo ama um dia,

Todo mundo chora

Um dia a gente chega

E no outro vai embora



Cada um de nos compõe a sua historia

Cada ser em si

Carrega o dom de ser capaz

E ser feliz



Conhecer as manhas

E as manhãs

O sabor das massas

E das maçãs



É preciso amor

Pra poder pulsar

É preciso paz pra poder sorrir

É preciso a chuva para florir



Ando devagar

Porque já tive pressa

Levo esse sorriso

Porque já chorei demais



Cada um de nos compõe a sua historia

Cada ser em si

Carrega o dom de ser capaz

E ser feliz

terça-feira, 14 de setembro de 2010

PrivaCidade

Roubo de chaves pra descoberta de segredos.
Complexidade.
Sim e não, não e sim, tudo junto e de uma vez.
Amor, não exclusividade.
Um suspiro melancólico afirma : Houve afeto.
Palavra que não sai da boca, amarga e esmaga o pensamento.
Gritou: coragem!
E outras palavras sacanas, cheias de uma moral inventada e autoimposta por quem pensa em manter as coisas como estão!
-Dia e hora pra fazer e sentir.
-Programar o que é por essência natural, espontâneo!
A voz dessa vez sai , sem dúvida : Não! Chega!
Era uma vez. Era.
Sem reticências, agora é ponto final.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Charles

Parafuso a mais.
Descobertas que vem e tomam conta do corpo que dói - é nisso que dá o sedentarismo...
É dessa forma?
É desse jeito?
Levando em conta que tudo isso , a vida em si e o mundo em lá, não passam de uma grande representação, tudo bem tentar movimentar as pessoas e as coisas dessa forma: representação!
Ajustes feitos, nós atados à garganta, parece tudo pronto... mas... parece que falta algo ainda pra transformar, pra pular, pra movimentar.
Encontrei o Charles, meu parafuso a mais.
Birra de criança, mania, insanidade, carência, ato fálico, seja o que for.
Penso no choque, no atrito que vem sendo estabelecido em cena.
A vida em si e o mundo em lá - representações.
No entanto, há ainda distância - embora hoje resida com filhas, gatas e agora, com o Charles, mais perto do espaço cênico em que atuo- entre a representação que é a vida em si e mundo em lá e o transpirar cênico que é hoje o ofício de alguns de nós.
Nó na garganta e na cabeça. (isso sem contar esse treco que bate aqui no meu peito esquerdo)
Sem moral.
Sem história.
Sem final feliz, nem infeliz.
Só uma parte do pensamento que vai saindo em forma de letrinhas.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Extra! Extra!
Furacão movimenta-se e muda tudo de lugar.

Devastador fenômeno , num corajoso rompante, invade a cena e muda completamente as coisas de lugar.
Casas , pessoas, mentes, sensações, certezas. Tudo de ponta cabeça.
"Assim parece que o sangue oxigena mais o cérebro e ele por fim consegue entender coisas que estavam confusas e , consequentemente, confunde o que estava racionalizado corretamente, segundo os bons costumes"; afirma o médico local.
Segundo a metafísica, o destino é o responsável por tal catástrofe.
A oposição portanto, conclui que o saldo final é apenas diferente, nem negativo, nem positivo. Apenas não é igual ao anterior.
E no meio dos escombros, um sorriso meio triste , um olhar fixo: foco sem labirinto.
Há espaço ainda pra ternura. E plantas novas moram hoje na varanda.