quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O espetáculo - primeira parte

A imagem que diz tudo e cala as vozes que ainda teimam em vibrar.
Ter sempre pra ser cada vez menos. Estar em todo lugar, em um click.
Tudo mais rápido, perecível, fast-food, plástico.
Subjetividade na arte, no sexo, no gosto, no gesto, no texto, no mundo, nos medos, no amor.
Pra onde foram as vontades de transformação?
Ao shopping, quem sabe!
Incluir o pobre, esconder o podre, experimentar o poder.
Ter sempre pra ser cada vez menos. Estar em todo lugar, basta um chip.
Embriagam-se os poetas. Estressam-se os artistas. Enlouquem os revolucionários.
Incendiários transformando-se em bombeiros.
Professor de ong, atriz de comercial de refrigerante.
Aceso o molotov cênico para matar as lombrigas famintas por uma revolução que nunca vem....
Fogos de artifício , lágrimas artificiais cobrem as faces emocionadas com mais um romance qualquer que distraia por duas horas consecutivas - acompanhado de um pacote gigante de pipoca de microondas!Idéias soltas numa página de internet. Comentários que virão, deletados ou não, comunicam como é fácil e útil nossa democracia! Salve!
Ter sempre pra ser cada vez menos. Estar em todo lugar, basta um click.

4 comentários:

  1. ia dizer que o texto é espetacular, mas isso pode não parecer elogio. rs

    ResponderExcluir
  2. Meio beco sem saída essa sensação que dá qdo paro pra pensar nessas coisas... Daí, o que fazer? Sumir? Fingir que não tá rolando nada? Encarar e sentir que não se tem força pra vencer? Aplaudir? Ser aplaudido? vize...

    ResponderExcluir
  3. Eita! Que vontade de ir pra rua e acabar de vez com isso ... ou com aquilo. aaaaaaaaaaahhhhhhhhhh !!!!!!!!!!

    ResponderExcluir