quinta-feira, 20 de maio de 2010

Movimento

Andar pra frente, não por ser de hábito, tampouco por ser melhor.
Andar.
Jogar pros pés o que a mente imprime o tempo todo.
Não reafirmar na andança traços ou passos que brilharam - e ainda brilham- as custas de esforços de quem é oprimido por falta de consciência ou porque sim, se deixa oprimir.
O tênis fica gasto porém, nos mesmos lugares: no calcanhar, na parte de dentro.
Destravar os joelhos nas paradas, procurar um eixo que não é o de sempre, que não é o costume. Estar fora do equilíbrio sem tombar o corpo, sem pensar nisso fixamente a ponto de esvaziar a mente e o corpo.
Idéia por idéia fica pra depois, pra nunca, pra galáxia.
Feito por feito segrega e ameaça ser expressão corporal apenas.
Desconexão conectada, é possível tecnicamente, intelectualmente também.
Ser, estar, pensar, agir. Andar. Andar pra frente, sem que isso seja mais, ou melhor ou certo.
Andar é andar.
O frio é o frio, o vento é o vento.
O que meu olho vê, ainda que meio cego...
Andar pra frente , pra linha de frente. (que pode estar atrás)

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