sexta-feira, 24 de julho de 2009

e chove...

Chove.
As coisas parecem mais lentas e as pessoas mais densas num primeiro olhar.
O trânsito traz a tona idéias, pensamentos soltos e as caras de quem vejo entregam um pouco o que tão escondido estava nos dias de sol.
Parece que o mundo gira diferente, só parece.
As pessoas continuam sem se ver.
Olho no olho raro.
Palavra pra pedir passagem, pra chegar primeiro na catraca e vencer a maratona: quem chega primeiro ao matadouro provedor de salário e enxaqueca é melhor funcionário.
Música. Todo mundo ouve música.
Leitura também não é mais tão incomum, nem que seja auto-ajuda.
O destino de cada um em estações diferentes do metrô, que anda mais devagar nas estações a céu aberto quando chove desse jeito.
Impacientemente desejamos que a chuva pare, ora essa!
Pra árvores se temos prédios?
Pra que orvalho se temos transgênicos?
Pra que poesia se temos trabalho?
Pra que Drumond se temos cinema?
Pra que Deus se temos o homem?
Pra que o homem se temos o mundo?
Pra que o mundo?
... e a chuva cai...

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